"Não consigo imaginar a minha vida sem o meu filho. Ele é tudo pra mim", diz a funcionária pública Janice Batista da Silva, de 40 anos, que adotou recentemente João Vitor, de 4 anos. A emoção toma conta dela ao falar do filho e está ansiosa para comemorar domingo o primeiro Dia das Mães da sua vida. Janice é solteira, mas sempre teve vontade de ter um filho. Como não conseguiu engravidar, resolveu seriamente partir para o caminho da adoção, há dois anos. Compareceu na Vara de Infância da região e passou por todo o processo para ser aprovada como pretendente. "Foi um processo mais demorado do que imaginava. Mas, em novembro do ano passado, recebi a aprovação." E o melhor estava por vir. Em dezembro, obteve a guarda de João Vitor. "Foi o maior presente de Natal que Deus poderia ter me dado. Ele é amoroso e mudou a minha vida completamente. Sou a mulher mais feliz do mundo, ou melhor, sou a mãe mais feliz do mundo", diz Janice. Ela conta que a rotina mudou radicalmente. "Parece que eu e ele fomos feitos um para o outro. Todas as noites ficou olhando para ele enquanto está dormindo. É a razão da minha vida." Outra história emocionante é de Mônica Natale, de 40 anos. "Quando vi o meu filho nos braços, enroladinho em um cobertor, chorei muito de emoção. Não dá para explicar o que senti. Nossa! O meu filho finalmente chegou. Sou mãe." Ela assumiu Alberto, que chama carinhosamente de Betinho, de 1 ano e 7 meses. A partir do momento que chegou a conclusão que não conseguiria engravidar, optou pela adoção . "O importante para mim era ter um filho." O sonho de ser mãe levou Mônica a realizar vários tratamentos. Desde que casou , ela e o marido fizeram de tudo. Mas, por causa de um problema de aderência no útero, as tentativas não deram certo. "Aí resolvi dar um basta em tudo, de tentar engravi dar, porque já estava cansada de fazer tratamentos sem sucesso." No começo teve medo, ficou ansiosa e, coincidentemente, havia uma campanha forte de adoção na televisão. Ficou sabendo do Centro de Capacitação e Incentivo à Formação de Profissionais, Voluntários e Organizações (Cecif), que desenvolve trabalho de apoio à convivência familiar. "Entrei em contato e me convidaram para participar de uma reunião de grupo", lembra. Mais tranqüila, ela conta que foi ao fórum, pegou toda a documentação necessária, preencheu um questionário e fez um cadastro no local - ao ser atendida por uma assistente social e psicóloga. "Passei por várias entrevistas e fiz um laudo psicossocial." Depois, a juíza a chamou, juntamente com o marido, e deferiu o pedido. "Peguei o Betinho quando ele tinha 2 dias de vida. Foi o maior presente que a vida poderia ter me dado. Fizemos uma festa para recebê-lo. De lá pra cá, a minha vida mudou. Tudo o que faço hoje é pensando nele." O casal já definiu que na hora certa e no momento certo deve contar a verdade para o Betinho. "Não posso mentir. Ele tem o direito de saber sua história. Todos nós temos a nossa história. Ele vai saber que teve uma mãe biológica, que o amou e fez tudo da melhor maneira possível para ele ter uma família". Atualmente, Mônica preside o Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo (GAASP) e percebe que uma das grandes preocupações dos pais que adotam filhos é sobre a questão de contar ou não a verdade. "Não podemos ter medo do passado. A verdade é sinônimo de confiança". A presidente ainda quer adotar mais filhos. E continua na fila. "As pessoas têm de entender de uma vez por todas que adoção não é uma coisa inferior. Filho adotivo é igual a filho biológico. Adoção é o meio de você ter um filho, é a forma como ele chega até você." O Estado de S.Paulo – Zona Sul – 12/05/2006 – Pág. ZS-5 Notícia retirada do site www.gaasp.net |